Em meio à euforia do quinto título do Flamengo na Copa do Brasil, o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil) aproveitou o clima esportivo para lançar uma mensagem política intrigante: “2026 é logo ali!”. Vestindo a camisa rubro-negra e destacando o número de seu partido, Efraim fez uma postagem que, além de celebrar o futebol, lançou sinais sobre sua possível candidatura ao Governo da Paraíba em 2026. Esse movimento sutil nas redes sociais pode ser interpretado como um gesto estratégico para sondar a reação de apoiadores e abrir espaço para sua possível candidatura pela oposição.
Com o cenário de 2026 ainda distante, mas já vislumbrado por políticos e eleitores, Efraim aparece entre os nomes cotados para liderar a oposição ao governo estadual. Sua fala de que a decisão sobre a candidatura deve ocorrer “de forma coletiva” parece, no entanto, um discurso diplomático para evitar o isolamento de figuras influentes da política paraibana. A declaração enfatiza que o possível projeto oposicionista deve ser amplamente discutido, citando lideranças como o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos), o ex-deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil). Em outras palavras, o senador sinaliza que, embora seja um forte candidato, ainda se vê como parte de um grupo e deseja legitimar sua candidatura através de um consenso.
As entrelinhas de seu discurso, no entanto, revelam um possível cenário de disputas internas. A oposição na Paraíba tem enfrentado desafios para consolidar uma liderança unificada, e Efraim parece entender que uma movimentação individual poderia criar resistências. Seu aceno a outros líderes de expressão, como Romero e Pedro Cunha Lima, reflete a tentativa de construir uma ponte, evitando conflitos que possam comprometer a força do bloco oposicionista. Ainda assim, ao destacar nomes específicos, ele traça um perfil da oposição que exclui outras lideranças, criando um núcleo mais restrito e potencialmente direcionado ao seu próprio fortalecimento.
Com uma possível candidatura que mescla expectativas, alianças e um discurso de construção coletiva, Efraim adota uma estratégia prudente. Em vez de uma postura isolada, ele se posiciona como uma escolha que respeita o tempo da decisão, envolvendo as lideranças ao seu redor. Esse cuidado, se bem conduzido, pode ser uma vantagem, mas o tempo dirá se sua diplomacia conseguirá sustentar a unidade do grupo, especialmente em uma oposição marcada por figuras com agendas e estilos de liderança diversos.
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Por Pereira Júnior